Outro dia, em uma mentoria, um consultor me apresentou sua ferramenta de diagnóstico. Completa, detalhada, cheia de metodologias sofisticadas, SWOT, diversas abas analisando cada aspecto da empresa. Mas, mesmo assim, ele estava frustrado.
Sabe por quê? Porque ele acreditava que precisava de ainda mais perguntas, mais dados, mais informações para melhorar o diagnóstico.
A verdade é que esse é um erro comum entre consultores. Existe uma tendência a acreditar que quanto mais completo for o diagnóstico, melhor será o projeto. No entanto, a verdadeira eficácia de um diagnóstico não está na quantidade de informações, mas na capacidade de priorização e direcionamento estratégico.
O diagnóstico existe para expor os problemas, trazer clareza sobre a estrutura interna da empresa, identificar ameaças e apontar o nível de maturidade do negócio. Mas ele, por si só, não constrói um projeto de consultoria. Isso exige visão estratégica, senso crítico e a capacidade de transformar informações em decisões eficazes.
Você pode ter a ferramenta mais sofisticada do mundo, mas se não souber interpretar o que ela revela e conectar com seu posicionamento de mercado, estará apenas acumulando dados. E aqui está um ponto crucial que poucos falam: nem todos os problemas diagnosticados devem estar no seu projeto.
Imagine que você é um consultor financeiro e, ao aplicar seu diagnóstico, identifica que a empresa tem sérios problemas na gestão de equipe. Essa é uma questão relevante? Sim. Mas faz sentido colocá-la como prioridade dentro do seu projeto? Provavelmente não. Porque isso foge do seu escopo, da sua especialidade e, ao tentar resolver tudo, você pode acabar não entregando aquilo que realmente está alinhado com sua proposta de valor.
Diagnosticar é uma arte que vai além de levantar problemas; é saber reconhecer o que faz sentido para sua atuação e para o cliente.
Se você está tentando abraçar todos os problemas, talvez seja hora de repensar sua abordagem. Está focando naquilo que realmente gera impacto? Ou está apenas criando um inventário de desafios sem uma diretriz clara?
Lembre-se: a ferramenta de diagnóstico aponta o caminho, mas é a sua experiência e visão estratégica que define o destino.